A importância das Divindades Egípcias

31/03/2015 08:12

O legado do Antigo Egito no mundo moderno é extraordinariamente importante e variado, mas a principal vantagem desse legado é de natureza espiritual. Ele consiste em conhecer em profundidade, e de uma forma íntima, a ligação entre o Ser Humano e o Universo.

Por um lado, existe uma corrente de idéias que foi difundida através do povo hebraico, em particular, por Moisés, e que voltamos a encontrar como base das religiões judaico-cristãs.

Por outro, existem algumas noções e segredos que foram transmitidos por Iniciados de diferentes escolas iniciáticas e que podemos reencontrar na essência da Iniciação tradicional, tal como se pratica ainda nos nossos dias. Estes conhecimentos passaram ou foram transmitidos através dos filósofos gregos, os gnósticos e certamente pelos essénios e pelos terapeutas.

Hoje quero dizer-lhe que estas noções e segredos têm uma origem comum: todos nasceram no Egito faraónico, cuja civilização começou há cerca de 5.000 anos e se desenvolveu durante mais de 3.000 anos, até que o império romano conquistou e absorveu o Egito ptolemaico e sua religião desapareceu com a chegada do cristianismo. Foi proibida no ano 535 D.C. pelo Imperador Justiniano I.

Na primeira categoria de conhecimentos que antes lhe mencionei, o conceito do Monoteísmo é a idéia fundamental das religiões judaico-cristãs. Não lhe parece surpreendente que devamos esta idéia de um Deus único a uma civilização como a egípcia que, a priori, era politeísta?

Na verdade, as inúmeras divindades do panteão egípcio representavam os múltiplos aspetos do Divino. Todos os deuses e deusas tinham um nome, mas sua origem era o Deus criador, «Aquele que se multiplica».

Paul Barguet, na introdução à sua magnífica tradução de “O Livro dos Mortos” expressa-se da seguinte forma:

«A religião egípcia não é politeísta, mas sim monoteísta sob muitos aspetos divinos, sendo cada deus uma parte dessa unidade»

Esta é uma frase para refletir sobre as religiões atuais e, sobre algumas das divindades da civilização egípcia como:

"Grande Deus", deus do Céu, deus do sol e da origem da vida.  era o símbolo da luz solar, dador de vida, assim como responsável pelo ciclo da morte e da ressurreição. No início,  era apenas uma das divindades solares existentes, mas por volta do ano 2.400 A.C. já se havia convertido no deus oficial dos faraós que, se consideravam a si mesmos seus filhos e, inclusivamente, suas reincarnações. É representado por um disco com um ponto ao centro.

Anúbis

Era o encarregado de conduzir o espírito dos mortos para o “outro mundo”. Anúbis devia vigiar a balança onde se pesavam os corações dos defuntos durante o Juízo de Osíris. Era representado como um homem com a cabeça de um cachorro egípcio, ou de um chacal, com a cor negra da terra fértil do Nilo, símbolo de ressurreição.

Horus

Horus, filho de Osíris e de Isis, foi representado sobre as portas e os salões dos templos sob a forma de falcão ou de um homem com cabeça de falcão. Mas também, como um disco solar com asas de falcão abertas. A partir do Antigo Império, o faraó era a manifestação deHorus na Terra, mas após a sua morte transformava-se em Osíris e formaria parte do deus criador Rá.

Osíris

Osíris é o deus egípcio da ressurreição, símbolo de fertilidade e de regeneração do Nilo. É o deus da vegetação e da agricultura; também preside ao Tribunal de Juízo dos Defuntos.

Era o chefe da tríade formada por OsírisIsis (sua mulher) e Horus(seu filho). O mito de Osíris introduz na religião novas idéias do bem e do mal. No mito inicial, Osíris (o bem), é assassinado por seu irmão Seth (o mal), que o atira ao Nilo. Seria mais tarde encontrado por Isis que, com seu amor, lhe devolve a vida. Com essa ressurreição estabelece-se o triunfo do bem sobre o mal. Osírissurge quase sempre representado mumificado com a pele verde, uma vez que simboliza a cor da vegetação e da regeneração.

Seth

Seth, deus da força sobre-humana e colossal. Mestre e senhor de tudo o que não é bom, deus da seca e do deserto. Seth foi a divindade patrona das tempestades, da guerra e da violência. Matou seu irmão Osíris para ficar com o trono e, mais tarde, luta com Horus em uma violenta batalha, que venceu. Então, Seth se tornou no deus do deserto e do obscuro.

Isis

Foi denominada "Grande Maga", "Grande deusa Mãe", "Rainha dos Deuses", "Força fecundadora da Natureza", "Deusa da Maternidade". Era esposa e irmã de Osíris e mãe de Horus, e foi venerada como arquétipo de esposa e mãe. Com o tempo, seu culto se espalhou para fora do Egito, para o Médio Oriente e para o Império romano, com a construção de templos longínquos dedicados a ela, como nas Ilhas Britânicas ou na Península Ibérica. Até ao século VI é possível encontrar rastos de sua adoração na Europa cristã.