A PALAVRA ORIXÁ ATRAVESSOU O ATLÂNTICO ENTRE O SÉCULO XV E XVIII, NO TRÂMITE DO TRÁFICO NEGREIRO, JUNTO COM DIVERSAS ETNIAS CULTURAIS DOS POVOS ALDEÃS. ELA VEM DO TRONCO LINGUÍSTICO YORUBA ONDE SITUAVASSE GRANDES IMPÉRIOS. DOS IMPÉRIOS EXISTENTE, TEMOS EM DESTAQUE O POVO DE ÓYÓ QUE IRÁ ENRAIZAR SUA CULTURA NA CHAMADA MISCIGENAÇÃO BRASILEIRA, PRINCIPALMENTE NA RELIGIOSIDADE. ENTÃO, A EPISTEMOLOGIA DA PALAVRA, ORI (CABEÇA FÍSICA E DIVINA) E SHÁ (ÀPICE, PONTO MÁXIMO DO CHACRA, QUE FAZ A TTRANSFORMAÇÃO DA ENERGIA NO INTERIOR DO SER, AFLORANDO O PASSADO CELESTIAL, O DNA DA ANCESTRALIDADE) TRAÇA O DESTINO (ODU) DO ELEGUN (HUMANO).

            OS ORIXAS SÃO SEMIDEUSES CRIADOS POR OLORUM, SENDO ELES, OS FENÔMENOS DA NATUREZA VENTO, AR, FOGO E TERRA, JUNTOS FORMANDO ENERGIAS QUE DARAM A SEMENTE DA VIDA HUMANA, OU SEJA, OS SERES VIVOS. OS ORIXAS SÃO GUARDIÕES DOS ELEMENTOS DA NATUREZA E REPRESENTAM TODOS OS SEUS DOMÍNIOS NO AYE ( A REALIDADE FÍSICA EM QUE OS HUMANOS ESTÃO INSERIDOS, SEGUNDO A TRADIÇÃO YORUBA). “TAMBÉM EXISTEM ORIXAS INTERMEDIÁRIO ENTRE OS HOMENS E O PANTEÃO AFRICANO QUE NÃO SÃO CONSIDERADOS DEUSES, SÃO CONSIDERADOS ‘ANCESTRAIS DIVINIZADOS APÓS MORTE”.

PODEMOS AFIRMAR CIENTIFICAMENTE QUE ESSE TERMO TRAZ EM SUA ETIMOLOGIA DIVINDADES OU SEMIDEUSES LIGADO AO FENÔMENO DA NATUREZA, TRAZENDO UMA FILOSOFIA DOS ADJA/EWE OU ADJA/FON, QUE EQUILIBRA A VIDA PARA O HOMEM, ENTRE OS GBE FALANTES.

            ESTA PALAVRA PASSA SER HISTÓRICA QUANDO ATRAVESSA O ATLÂNTICO FILTRANDO-SE NO NOVO MUNDO, BRASIL. SUAS INFLUÊNCIAS TERÃO UM ÍNDICE FORTE NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE AFRO-BRASILEIRA. SÃO ORIUNDOS DO CENTRO-OESTE AFRICANO, DOS GRANDES IMPÉRIOS MALES, ASHANTIS, FULAS, HAUSAS, DAOMÉ, ENFIM, TODOS LIGADO AO TRONCO LINGUÍSTICO EWE/FON, SUA ETNIA É FOCADA NO GRUPO SOCIAL, FAMÍLIA, SENDO ELES, DANBECI, AZONSU E HEVIOSSO. ESSES SEMIDEUSES SÃO CÉLULAS DICOTÔMICAS ENTRE O ORE E INU, O FÍSICO E O DIVINO, LIGANDO O HOMEM AO OCULTO, FOMENTANDO SUA EFEMERIDADE.

ESTA PALAVRA NO CONTEXTO HISTÓRICO, ATRAVESSOU O ATLÂNTICO NO MOMENTO DAS AGITAÇÕES DO TRÁFICO NEGREIRO SERVINDO COMO ADMINISTRAÇÃO OFICIAL AOS MISSIONÁRIOS EUROPEUS. TINHA O SENTIDO DE IDENTIDADE COLETIVA NAS SOCIEDADES DA ÁFRICA OCIDENTAL, PORÉM, ESTA IDENTIDADE BASEAVA-SE, SOBRETUDO, NA AFILIAÇÃO POR PARENTESCO A CERTAS CHEFIAS ORGANIZADAS DE INSTITUIÇÕES MONARQUICAS, TAMBÉM, ERAM MULTIDIMENSIONAIS ARTICULADA EM DIVERSOS NÍVEIS (ÉTNIO, RELIGIOSO, TERRITORIAL, LINGUÍSTICO E POLÍTICO). TRAZIA EM SEU SISTEMA DE IDENTIDADE O VÍNCULO DE PARENTESCO DAS CORPORAÇÕES FAMILIARES QUE CULTUAVAM UMA ANCESTRALIDADE EM COMUM, PORTANTO, ESTA OCASIONALIDADE GERAVA UMA ATIVIDADE RELIGIOSA RELACIONADA COM ALGUNS CULTOS NUMA MESMA ANCESTRALIDADE OU DE OUTRAS ENTIDADES ESPIRITUAIS FORMATANDO O VEÍCULO DA IDENTIDADE ÉTNICA OU COMUNITÁRIA, TRAZENDO ENTRE OS ALDEÕES AS ESCARIFICAÇÕES COMO DEMARCAÇÃO DE ALDEAIS.

ORI ESTÁ CLASSIFICADO COMO O MAIS ALTO GRAU DAS DIVINDADES. É RESPONSÁVEL PELA PERSONALIDADE DO INDIVÍDUO, DAS DEMARCAÇÕES QUE IRAM DESENVOLVER OS VALORES PSÍQUICOS DO SER. ESTARÁ TOTALMENTE LIGADO NA FORMAÇÃO DO DESTINO,  É O PONTO MAIS ALTO DO ÁPICE DA ANCESTRALIDADE, COMPOSTO PELA MATÉRIA DIVINA DOS ODÚS, MISTURADOS EM QUANTIDADE E ORGANIZADOS SEGUNDO A SABEDORIA DE AJÀLÀ A PEDIDO DE OLORUM. DO MATERIAL, ÒKÈ IPÓNRI, QUE ÀJÀLÀ UTILIZA PARA CONFECCIONAR ORI SE CONSTITUI DE ÈWÒ (TABU) PARA QUEM POSSUIR ESSE ORI. E ASSIM SE DETERMINA AS INTERDIÇÕES, ALIMENTARES DOS INDIVÍDUOS, POIS, COMER DO PRÓPRIO MATERIAL DE QUE FOI CONSTITUIDO, CARACTERIZA OFENSA SÉRIA À MATRIZ DA QUAL FOI CRIADO. TODO O SER HUMANO QUANDO ESTIVER PREDESTINADO PARA VIR AO AYE, INVARIAVELMENTE, DEVE PASSAR NA OFICINA DE ÀJÀLÀ E ESCOLHER O SEU ORI. ESTA ESCOLHA CHAMA-SE KÀDÁRÁ, QUE TEM A FUNÇÃO DE DELINEAR A DESCRIÇÃO DO DESTINO, NA QUESTÃO DO TEMPO/ESPAÇO, NO NECESSÁRIO PARA MELHORAR O CUMPRIMNTO DO DESTINO, INDIVIDUALMENTE.

FRUTO AFRICANO QUE OS ANCESTRAIS USAVAM PARA FIXAR NAS TINTURAS DE TECIDOS E PELES HUMANAS, TAMBÉM UTILIZAVA PARA INICIAR OS RITUAIS DIVINIZADOS E NOS RITUAIS DE ADIVINHAÇÃO.

SÃO TERMOS USADOS PELO GRUPO LINGUÍSTICO BANTO, POVO ORIUNDO DO SUDOESTE E SUL DA ÁFRICA, IDENTIFICANDO SEUS ANCESTROS, ASSIMILANDO-OS CATEGORICAMENTE AOS ELMENOS DA NATUREZA. ENTÃO, COMO OS DEMAIS GRUPOS, SÃO DIVINDADES QUE FARÃO O INTERCÂMBIO DO HOMEM COM O SOBRENTURAL.

A PALAVRA JEJE NASCEU NA BUSCA DE CATIVOS ALIMENTANDO OS TRAFICANTES ESCRAVOCRATAS NAS ADMINISTRAÇÕES OFICIAIS, OU SEJA, O POVO YAORUBA QUANDO AVISTAVAM OS DAMOEANOS CHAMAVAM DE JEJE, OS ESTRANGEIROS. ENTÃO, ESTA ETIMOLOGIA ATRAVESSOU O ATLÂNTICO DURANTE O TRÁFICO NEGREIRO.

O TERMO NAGO TAMBÉM IDENTIFICOU-SE NA ADMINISTRAÇÃO OFICIAL NA ESCRAVIDÃO. TERMO USADO PELOS POVOS DAMOEANOS CLASSIFICANDO O POVO YORUBA SIGNIFICANDO ESTRANGEIRO.

TEM A CLASSIFICAÇÃO DOS VEGETAIS, SENDO SEU SUMO GRANDE IMPORTÂNCIA NOS ATOS RITUALÍSTICOS  NOS BANHOS DE PURIFICAÇÃO CHAMADOS DE ABÔ. ESSES BANHOS VÃO ENERGIZAR O HOMEM PURIFICANDO E LIGANDO AO MUNDO CELESTIAL

SÃO ENERGIAS UNI CELULARES INTERINAS LIGADAS AO DNA CELESTIAL DO INDIVÍDUO, EM CONJUNTO COM O SISTEMA NEUROEMOCIONAL VAI AFLORAR O ÁPICE DO TRANSE ESPÍRITUAL. ESSAS DIVINDADES SÃO CLASSIFICADAS COMO DEUSES OU SEMI-DEUSES AMBAS LIGADAS AOS FENÔMENOS DA NATUREZA, TAMBÉM ACLOPADA A CADA ORGÃO HUMANO. AS FUNÇÕES DOS DEUSES OU SEMI-DEUSES MANTÉM UMA DICOTOMIA, UMA DIVERSIDADES DE VALORES ETNICO. SÃO ELES: ELEGBARA, OGUN, AGÉ. ODÉ, AZONSU, OXUM, YEMANJA, OYA, SOGBO, NANA, OLISSA, AKOTOKWEM, JIKU E BESEN E DEMAIS DIVINDADES.